“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que
você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar.
Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter
vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se
encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais
haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você
não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que
fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem
contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a
gente se encontrar de novo, em amor,
eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem
resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse
do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é
bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em
mim. Caio F. Abreu
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